Mais 50 mil homicídios... E estamos debatendo a carta da Marta

Marta Suplicy deixou o governo. Diretas e indiretas contidas na carta de despedida, um ponto de partida para tentar voltar à prefeitura de São Paulo em 2016.

Jornal da Gazeta

Marta Suplicy deixou o governo. Diretas e indiretas contidas na carta de despedida, um ponto de partida para tentar voltar à prefeitura de São Paulo em 2016.

Prato cheio para manchetes, repercussões e análises. Uma delas passa pela mudança da mecânica, perfil e eixo de poder das Mídias.

Com velocidade espantosa a cultura da Era Digital vai engolindo a cultura da Era de Gutemberg.

Nos últimos cinco séculos a imprensa, o papel, criou e moldou ritmos, ritos e atos nas ações e reações humanas.

Criou, por exemplo, dutos de transmissão de informação. E a transformação disso em poder: político, econômico, moral...

A Era Digital revoluciona as Mídias e acelera ritmos e ritos em quase tudo.

Até 2010, presidente eleito tinha tradicionais 100 dias de trégua. A Dilma reeleita não teve nem 100 horas. A carta da Marta é só mais uma das manchetes nesse ciclópico caminho.

E tudo são escolhas. Pode se escolher a carta da Marta, assim como se pode debater e tentar proteger o seu, o meu, o nosso bem mais preciso: a Vida.

Foi lançada a 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O Brasil teve 50.806 pessoas assassinadas em 2013. Um homicídio a cada 10 minutos.

São 1 milhão e 300 mil assassinatos nos últimos 33 anos.

Esse retrato da barbárie não é obra apenas de governos. É também construção, por ação ou omissão, de uma sociedade inteira... Inclusive na escolha das manchetes.

Dilma, Lula, Aécio, Fernando Henrique e Marina, entre outros candidatos e líderes, debateram e opinaram sobre o Brasil na campanha eleitoral.

Passou da hora de todos, eles e elas, deixaram de lado suas outras diferenças, projetos, rancores e ressentimentos.

Lideres e sociedade tem a obrigação moral de buscar, já, estancar essa matança.

Obrigação de construir soluções e saídas para o que, em escala brutal, tem dizimado nosso bem mais precioso, a Vida Humana.