Porque históricos corruptos e picaretas pontificam sobre corrupção

Ex-ministro do Trabalho de Lula e Dilma, Carlos Lupi diz que "o PT roubou demais", "exagerou" e "se esgotou".

Jornal da Gazeta

Ex-ministro do Trabalho de Lula e Dilma, Carlos Lupi diz que "o PT roubou demais", "exagerou" e "se esgotou".

Presidente do PDT, Lupi foi o sétimo demitido na "faxina" do início da Era Dilma. Sua assessoria foi acusada de achacar ONGs.

A ação de petistas mancha, marca a história do partido e permite tais discursos, em que pesem os acertos.

E os danos são ainda maiores. O PT desmoraliza o discurso da moralidade ao permitir práticas que tanto condenava.

Além do que é concreto nos escândalos, o estrago abre caminhos para uma agenda conservadora. Que tendo imposto o controle da hegemonia na narrativa, agora avança.

Nesse primeiro momento, um dos efeitos é o encolher espaços não apenas do PT, mas dos que têm semelhante agenda política, social e econômica.

Há outra decorrência, gravíssima: o devolver oxigênio e discurso a partidos, personagens e grupos desde sempre sócios na produção da desigualdade, corrupção, fisiologísmo...

Há dias, no Congresso, vários personagens e partidos ensaiaram um terceiro pedido de impeachment. Muitos daqueles não resistem às próprias biografias.

Bastam dois ou três cliques num site de busca.

Mas, como o clima é esse, vive-se o faz-de-conta-que-sou-limpo. Ou, o faz-de-conta-que-não-tô na-Lista-do-Janot.

Filhotes ou herdeiros de oligarquias políticas e empresariais nascidas e enriquecidas dna mais grossa corrupção bradam nas manchetes sobre...corrupção. Como se não fossem o que são.

A história de vários desses partidos, grupos e personagens se confunde com a trajetória e ascensão de boa parte... das empreiteiras.

Empreiteiros presos devem sentir engulhos ao ver certos tipos bradando contra a corrupção.

Empreiteiros, como demais empresários, sabem como ao longo dos tempos ajudaram e ajudam a eleger governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores e presidentes...

Nas redes sociais, de várias facções, a cara de pau de gente financiada. Ou de quem vive ou viveu de governos ou campanhas com caixa II, III e pontifica sobre... corrupção.

A investigação da roubalheira na Petrobras não é uma farsa.

Farsa é o silêncio engajado e cúmplice diante dos demais corruptos.