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Entrevista exclusiva com Cassio Scapin

Confira o conteúdo exclusivo da TV Gazeta - Entrevista exclusiva com Cassio Scapin

Por: Mariana Letizio

Publicado em: 07/07/2023 - Última atualização: 16/10/2023 - 12h06

Foto: Andy Santana / AgNews

Após temporada na Europa, Cassio Scapin retorna ao Brasil com O Bem Amado. Em cartaz no Teatro Faap, o ator relembra sua carreira com o Sobretudo. Confira!

Cassio Scapin, ator, produtor e diretor teatral paulistano, iniciou sua carreira ainda jovem. Recém formado pela Escola de Arte Dramática, em São Paulo, fez sua primeira aparição na televisão. Ao lado de Adriana Esteves, o ator integrava o elenco de Controle Remoto, quadro exibido pelo Domingão do Faustão. O programa foi apenas o início de uma longa coleção de filmes, séries, peças e premiações.

Scapin esteve presente em inúmeros clássicos do mundo da dramaturgia. Um só coração, Escrava Mãe, Castelo Rá-Tim-Bum, Quando Nietzsche Chorou e Memórias Póstumas de Brás Cubas são apenas cinco da imensa bagagem de Cassio. Os dois últimos foram responsáveis por tornar Scapin o vencedor do Prêmio Shell e APETESP entre a década de 90 e 2000.

Hoje, entre peças e programas de televisão, o ator retorna aos palcos brasileiros depois de temporada na Europa. Após integrar o elenco de Além do Ar, peça sobre Santos Dumont, se entrega de corpo e alma ao O Bem Amado.

Como nasceu Nino

Foi em um palacete na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, em que Nino foi projetado pela primeira vez. Cássio, na época, atuava no espetáculo Tamara, em cartaz no casarão. Entre plateias e espectadores, Flávio de Souza, idealizador de Castelo Rá-Tim-Bum, interessou-se pela atuação do ator – e, ali, nasceu Nino. “Flávio de Souza foi assistir uma das apresentações. Eu interpretava um mordomo da casa, que não tinha nada a ver com o Nino. Mesmo assim, ele viu o meu trabalho e falou para o Cao Hamburger, que me chamou pra fazer um teste“, compartilha Cassio.

Pinóquio, personagem a quem deu vida anteriormente na Itália, auxiliou Scapin durante os testes na Tv Cultura, “O trabalho do Pinóquio que eu tinha feito na Itália, que envolvia muita mímica, ainda estava bem fresco pra mim. O que me ajudou“. Após quatro semanas de espera, Cassio recebeu a confirmação de que o papel era oficialmente seu. As filmagens começaram logo em seguida.

Por ser um projeto audiovisual experimental, o Castelo Rá-Tim-Bum foi gravado inteiramente antes de seu lançamento. Ao todo, foram mais de noventa episódios filmados – sem um público tampouco noção de receptividade. A ideia de que Castelo Rá-Tim-Bum era um sucesso arrebatador veio somente após sua estreia, em 1994. “Nós gravamos antes de ir para o ar. Então a gente não tinha a menor noção se o programa ia funcionar. A única coisa que tínhamos certeza era de que estávamos gostando muito de fazer aquilo. Nos divertíamos muito, apesar de ter sido sempre muito árduo”.

As filmagens da série demandavam muita dedicação e tempo de toda a equipe. Diferentemente do elenco infantil, que tinha horário especial devido a idade, Cassio passava o dia nos estúdios. “Eu entrava na TV Cultura de segunda à sábado, às dez da manhã e saía às oito da noite. As crianças gravavam só após o almoço. Então, eu gravava sem elas e depois retomávamos já com o elenco todo. Era muito puxado mas muito prazeroso”.

Devido à demanda que rodeia os atores, um preparo físico anterior é essencial. “Todo mundo vê o trabalho ali pronto, mas ninguém imagina que o ator necessita fazer aula de dança, de canto, sessões de fonoaudiologia, de musculação para uma boa resistência”. É necessário quebrar o paradigma de que vida de ator/atriz é circundada apenas de glamour.

Nino, é você?

É comum a associação, por parte do público, de clássicos personagens com a figura de seus intérpretes – e não é diferente com Cassio Scapin. O personagem Nino, de tamanha importância histórico cultural, tornou a imagem do ator o eterno menino feiticeiro. Scapin compartilha que não o incomoda ser reconhecido como Nino. Para ele, trata-se de um afeto positivo, “Não fico chateado de forma alguma. É muito legal porque as pessoas vêm falar comigo. Aquele adulto que chega se transmuta imediatamente em uma criança na minha frente. Então, o que vem é de afeto positivo”.

Viver de/para Arte

Apaixonado e feito de Arte, Cassio Scapin confessa não conseguir ficar parado. O movimento/movimentar para ele é questão de existência. Durante o descanso, o ator diz estar sempre buscando algo novo para estudar ou praticar.

Em meio a viagens e passeios, Cassio procura novas artes para explorar, “Eu sou do movimento. Eu brinco que as minhas férias são utilitárias, que são para estudar. Uma peça está em cartaz em tal escola? eu vou assistir. Tem alguém fazendo algo de novo na música? Novo espetáculo? Eu vou atrás”. Foi justamente assim que Scapin trouxe o espetáculo O Libertino para o Brasil, “Eu descobri que tinha uma escola de teatro que estava lendo um texto do Eric-Emmanuel Schmitt em uma escola pequenininha de atores. E eu fui ver a leitura. Não deu outra: comprei os direitos do texto e a montamos no Brasil com direção de Jô Soares“.

O seu anseio por movimento, característico do ator, foi justamente o que o levou para o ballet. A dança encaixou perfeitamente a sua personalidade. “Eu descobri que tinham palestras da Marika Gidali, que é diretora criativa do Ballet Stagium, no Teatro TBC. Fui assistir e eu me encantei. A vida do bailarino é um movimento o tempo inteiro”. Após ganhar uma bolsa no Ballet Stagium, Cássio Scapin iniciou uma nova jornada e paixão: a dança.

Para Cassio, a arte cênica é bem mais que um trabalho, é um ofício, é um sacerdócio de vida. O ator/atriz é um ser vivo pulsante, que vive e trabalha da interação com os demais. Por isso, estar atualizado e antenado em tudo e no que o rodeia, é essencial. “Você não pode deixar de ler, de se atualizar, deixar de ler notícias… caso contrário, você pode se estagnar num lugar, o que irá repercutir no seu trabalho“.

A veia artística de Scapin é tão forte que nem mesmo na Pandemia parou com a Arte. Durante o período de isolamento social, montou o seu próprio teatro em sua sala de estar. Quase como um ato de resistência, não parou de atuar mesmo que em um novo formato – o online. “De um lado da sala, montei o Teatro Myrian Muniz e do outro, Teatro Marília Pêra. Nisso, apresentava dois espetáculos solos meus. Ainda interpretei uma outra peça solo, de Ando Camargo, que eu dirigi”.

Referências lado a lado

Durante sua carreira, Cassio Scapin teve a oportunidade de trabalhar junto a outros grandes nomes da dramaturgia. Para ele, foi essencial para sua formação contracenar com profissionais de tamanha bagagem cultural e intelectual, como  Marília Pêra, Jô Soares e Borguinhão, por exemplo. “Só de assistir essas pessoas trabalhando já é um aprendizado”.

Scapin ainda relembra momentos quando atuou ao lado de Paulo Autran. Por sua formação no TBC, Cassio confessa admirar a grande atuação de Autran juntamente com minúcias e delicadezas únicas. Scapin ainda compartilha o desejo de atuar com Fernanda Montenegro, “São pessoas de uma maestria no ofício que eu tive sorte de “beber” um pouquinho”.

Dica Cultural: O Bem Amado

O Bem Amado, original de Dias Gomes, está em cartaz no Teatro Faap até 30 de Julho. Estrelada por Cássio Scapin e elenco, com direção musical de Marcos França, conta com músicas de Zeca Baleiro e Newton Moreno. O espetáculo enreda a história de Odorico Paraguaçu, candidato a prefeito de Sucupira – o “Bem Amado”.

O espetáculo é exibido até 30 de julho, às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Os ingressos estão sujeitos a disponibilidade, sendo inteira R$80 e meia R$40. Garanta o seu ingresso aqui.

Classificação etária: 12 anos

Sobretudo

No primeiro episódio do Sobretudo, videocast exclusivo do Jornal da Gazeta, Cassio Scapin conta a sua trajetória e curiosidades de sua carreira. Confira o episódio completo, apresentado por Fernanda Azevedo e Felipe Vidal!

 

 

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