A Europa está na agenda do terrorismo

A polícia francesa acredita que os terroristas agiram de forma isolada. Eles tem vínculos afetivos com o Estado Islâmico e com a Al Qaeda.

Jornal da Gazeta

A polícia francesa acredita que os terroristas agiram de forma isolada. Eles tem vínculos apenas afetivos com o Estado Islâmico e com a Al Qaeda. Mas não obedeceram ordens de nenhum centro de decisão. O perfil do atentado é muito parecido com o da Maratona de Boston, em abril do ano passado. Na época, os dois muçulmanos da Tchetchênia agiram sozinhos para matar três americanos. Se agora aconteceu a mesma coisa na França, os terroristas não tinham uma logística complicada. O que é péssimo, na minha opinião. Eles decidem praticar um atentado por conta própria. Não precisam de ajuda de outros para conseguir explosivos, para abrir rotas de fuga, para obter dinheiro, para reivindicar a autoria nas redes sociais. Isso é ruim porque os terroristas são menos visíveis aos serviços de segurança. A espionagem oficial está acostumada a monitorar redes. Consegue identificar movimentos coletivos, quando muita gente está envolvida. O individualismo torna os atentados mais imprevisíveis. Qualquer par de malucos compra uma arma e sai matando. É claro que essa gente entrou para o terrorismo por causa de uma cultura. Eles são alimentados pelo fundamentalismo que vem da Síria, do Iraque ou do Afeganistão. E não perdoam quem pensa de um jeito diferente. São canalhas que não respeitam a liberdade e a vida do outro. E que não me venham com a história de que a França está sendo punida porque praticou o colonialismo na África do Norte. Ou porque proibiu que as adolescentes muçulmanas de cobrir a cabeça nas escolas. Isso é uma imensa bobagem. O terrorismo islâmico já atingiu a Espanha e a Inglaterra, que não despertavam essa forma de mágoa entre os radicais das mesquitas. A verdade é que o terrorismo colocou a Europa na agenda dele. E vamos preparar os cemitérios, porque tem novos cadáveres a caminho. É assim que o mundo gira.